Deitar no chão para observar o céu no campo, no parque ou na praia é fácil. Já pensou em fazer isso no centro de São Paulo? Além da possibilidade de ser pisoteado, não dá para ver muita coisa com a quantidade de prédios e viadutos.
Existe uma ciência que estima a quantidade de céu de uma certa localidade, o Fator de Visão do Céu (FVC). O número é calculado usando fotografias hemisféricas —feitas com uma câmera fotográfica, lente olho de peixe (que captura o ângulo de 180 graus) e um software especial.
O fotógrafo Diego Padgurschi capturou imagens em alguns lugares de SP com a intenção de medir a porcentagem de céu que você consegue ver ao olhar para cima.
As fotografias resultantes da experiência foram analisadas por um software e transformadas em imagens de alto contraste (como a primeira foto desse especial, acima). Após analisá-las, o programa apresentou o FVC de cada uma.
O pesquisador da Unicamp Diego Podadera utiliza a técnica em sua pesquisa. “Essa medida tem grande relevância em estudos de ecologia dada a importância da luz como recurso para plantas e sua influência nas condições do ambiente.” Ele diz que, dependendo do caso, outros índices além do FVC podem ser utilizados nas pesquisas.
O método é muito usado em estudos de climatologia urbana e ecologia florestal. A partir do resultado é possível analisar a incidência da luz solar em um determinado ambiente e estudar, por exemplo, o calor concentrado em meio às edificações ou o desenvolvimento de plantas em uma determinada área de floresta. “A confiabilidade do FVC é bastante alta e depende exclusivamente da qualidade da imagem e da determinação do limiar branco/preto que precede a quantificação de pixels de cada categoria”, diz Podadera.
Você consegue imaginar onde as fotos foram tiradas? Clique nas imagens para descobrir.