Tudo o que você precisa saber antes de começar a 2ª temporada
Para contar como a cocaína se difundiu nos EUA e na Europa nos anos 1980, a série "Narcos" (Netflix) segue o rastro do maior traficante de que já se teve notícia: o colombiano Pablo Escobar.
Se a primeira temporada (2015) deu conta de sua ascensão ao longo de 15 anos, a segunda, que estreia nesta sexta (2), tratará de seus últimos 18 meses de vida, em que foi caçado por agentes americanos.
Narrada sob o ponto de vista de Steve Murphy, oficial da agência anti-drogas americana, a série reconstitui uma disputa entre gato e rato em que, de um lado, estão os traficantes e, do outro, as forças de segurança colombianas e os agentes dos Estados Unidos.
O contrabandista Pablo Escobar transformou sua cidade natal, Medellín, na capital da cocaína nos anos 1980.
O cartel que comandava transformou o tráfico em um negócio organizado e altamente lucrativo. Estima-se que, em seu auge, o grupo faturava US$ 60 milhões por dia e US$ 4 bilhões ao ano.
Abastecia 80% do mercado global da cocaína, infiltrando o pó nos Estados Unidos escondido em produtos aparentemente ingênuos: de peixes a embalagens de café.
A fortuna deixou rastros de sangue na Colômbia, em uma guerra com o cartel inimigo, da cidade de Cali, e com as forças de segurança nacionais.
Viajando em submarinos, navios e aviões, a droga de Medellín inundava as ruas dos Estados Unidos, Canadá, Espanha e França. Veja abaixo:
A primeira temporada de Narcos narra a vida e a ascenção de Pablo Escobar (Wagner Moura) como traficante de drogas e chefe do cartel de Medellín, na Colômbia.
Em seu encalço estão os policiais da agência norte-americana antidrogas, o DEA (Drug Enforcement Administration), Steve Murphy (Boyd Holbrook) e Javier Peña (Pedro Pascal).
Relembre os principais momentos da primeira temporada e entenda o que é ficção e o que aconteceu na realidade
RODRIGO SALEM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES
Com elementos mais atraentes aos espectadores da América Latina, "Narcos" talvez tenha surpreendido a própria Netflix ao se tornar uma das séries mais faladas do ano passado nos EUA, com indicações ao Globo de Ouro e ao Emmy, importantes prêmios da TV americana.
Os envolvidos poderiam se aproveitar do sucesso para esticar a história do chefão do tráfico colombiano, Pablo Escobar, interpretado pelo brasileiro Wagner Moura.
Mas tomaram a decisão radical para a segunda temporada, que estreia nesta sexta-feira (2/9): adiós, Escobar.
Os dez novos capítulos acompanham o declínio do império de Escobar, após sua fuga da prisão, em 1992, até a morte nos telhados de Medellín, em 1993. "Preciso confessar que é um alívio grande, mas a sensação maior é de ter cumprido meu dever com esse personagem", conta Moura. "[Os policiais] Murphy e Peña passarão por conflitos morais com essa obsessão em matar Pablo." Clique aqui para ler mais
Veja algumas notícias publicadas pela Folha relacionadas Pablo Escobar
GABRIELA SÁ PESSOA
DE SÃO PAULO
O coração de Pablo Escobar soa como "Tuyo", a canção de abertura de "Narcos". Em 2014, Rodrigo Amarante, o compositor, foi procurado por José Padilha, criador da série da Netflix, para traduzir em um minuto e meio a produção –naquela época, prestes a começar a ser gravada.
"Para que contar essa história?", perguntou-se Amarante. A trajetória do maior traficante de que se tem notícia era o retrato de um monstro, ele conta, "mas um monstro que queria ser herói".
LUCIANA COELHO
COLUNISTA DA FOLHA
Se a primeira temporada atraiu críticas pelo ponto de vista majoritariamente americano, desta vez a história é contada de forma mais difusa. A narração do agente Murphy (Boyd Holbrook), o enviado do departamento antinarcóticos dos EUA, continua lá, mas o foco não reside exclusivamente na contraposição entre Escobar e os EUA.
SYLVIA COLOMBO
DE SÃO PAULO
A segunda temporada da série "Narcos", que estreia no Netflix no próximo dia 2 de setembro, tem um ritmo mais vertiginoso, enquanto aborda episódio delicado da história política colombiana recente.
Vertiginoso porque, se a primeira temporada da série que conta a trajetória do líder do Cartel de Medellín, Pablo Escobar (1949-1993), cobriu 15 anos de sua vida –do início no crime à formação de seu império do mal–, a segunda mostrará apenas seus últimos 18 meses. Aqueles em que foi caçado até a morte. Durará dez episódios.