Descrição de chapéu Independência, 200

200 anos, 200 livros

Conheça 200 importantes livros para entender o Brasil, um levantamento com obras indicadas por 169 intelectuais da língua portuguesa

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Ana Flavia Magalhães Pinto

Historiadora e professora do departamento de história da Universidade de Brasília (UnB)

As indicações de Ana Flavia Magalhães Pinto

25º

Livro fundamental para a compreensão das múltiplas experiências de africanos e seus descendentes submetidos à escravidão no Brasil. Também permite refletir sobre como atos de resistência desses sujeitos mobilizaram a formulação de políticas públicas associadas à segurança e ao direito à propriedade já na primeira metade do século 19, com vistas a restringir possibilidades de acesso a gente africana.

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50º

Um romance sobre as redes de afetividade elaboradas pelas populações negras e pobres em meio aos desafios para existir nos espaços urbanos do pós-abolição. Uma história cujo enredo é organizado a partir das memórias de uma menina negra que se move tanto com a ingenuidade de quem compreende parcialmente os jogos de poder quanto com a maturidade precoce dos que precisam reorganizar a vida várias vezes por estar em situação de vulnerabilidade social.

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50º

Obra na qual Carolina Maria de Jesus elabora em forma literária suas memórias de criança negra atenta às desigualdades raciais, de classe e gênero que estruturam o mundo no qual estava inserida. Trata-se de uma narrativa que reconhece à figura feminina negra infantil a condição de sujeito estratégico para análises sobre as condições de o Brasil cumprir ou não as promessas de nação democrática.

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95º

A partir da chave analítica da 'precariedade da liberdade', esse livro demonstra como o Estado brasileiro e seus agentes atuaram na condição de protagonistas e cúmplices de esquemas de corrupção que prejudicaram o respeito aos direitos básicos de pessoas negras libertas e livres no período imperial, conforme previsto na Constituição de 1824 e em outras leis do país. Trata-se de uma obra que estimula a reflexão sobre as relações entre cidadania e racismo no Brasil.

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95º

Livro que estimula a curiosidade e a reflexão sobre as trajetórias de jovens negros que apostavam em seus talentos e virtudes na sociedade brasileira formalmente livre da escravidão, na virada do século 19 e início do 20. Os dissabores de Isaías Caminha representam uma sistematização literária das hierarquias raciais cuja força de interdição organiza o funcionamento das instituições e atravessa variadas dimensões do cotidiano.

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Indicações fora da lista

Livro que orienta o rompimento com uma série de mitos sobre as experiências das comunidades quilombolas no Brasil no âmbito dos estudos históricos. Além de demonstrar a variedade de formas de organização dos quilombos, evidencia como a resistência negra em contextos rurais não representava uma ruptura com a sociedade na qual estava inserida. A obra dá a ver sujeitos negros capazes de instabilizar relações de poder e negociar projetos de liberdade e autonomia durante a escravidão.