Descrição de chapéu Independência, 200

200 anos, 200 livros

Conheça 200 importantes livros para entender o Brasil, um levantamento com obras indicadas por 169 intelectuais da língua portuguesa

voltar para lista

Fernanda Diamant

É uma das criadoras da editora Fósforo e da livraria Megafauna; foi curadora da Flip

As indicações de Fernanda Diamant

Livro escrito a partir do relato do xamã e porta-voz dos yanomami, Davi Kopenawa, ao etnólogo francês Bruce Albert, que tiveram mais de 30 anos de convivência. A obra é uma mistura de relato autobiográfico, história do impacto da chegada dos brancos —destruição, doença, violência—, xamanismo e cosmologia dos povos da floresta, e ainda uma mirada para o futuro e a importância da preservação da Amazônia.

Ir para página do livro chevron_right
11º

Clássico ao mesmo tempo literário e sociológico, a obra do militar e engenheiro Euclides da Cunha teve origem na cobertura jornalística da Guerra de Canudos, comissionada pelo jornal O Estado de S. Paulo no final do século 19. O contato com a realidade transformou o republicano Euclides, que viajou para o sertão da Bahia já no final do conflito que resultou no massacre da comunidade criada por Antonio Conselheiro. Foram mais de 20 mil mortes. O testemunho do jornalista mexeu com suas convicções republicanas e o instou a escrever o livro que denuncia a barbárie praticada pelo Estado brasileiro. O livro, além disso, é uma obra de estilo literário único, uma descrição lírico-botânico-geográfica do cerrado e do sertão brasileiros e o retrato de um pensamento dominante que entrelaçava ideias deterministas e racismo 'científico'.

Ir para página do livro chevron_right
50º

O Cemitério dos Vivos' foi escrito durante a internação do escritor em uma instituição psiquiátrica do Rio de Janeiro. Dá a dimensão da repercussão mental do que é ser negro e pobre aqui, e de como o Estado brasileiro assiste aqueles que mais dependem dele. Mudou, mas não muito. Mudou?

Ir para página do livro chevron_right
50º

Do interior para a cidade grande e voltando para as origens numa viagem que é acima de tudo interior, este livro foi escrito quando a autora pernambucana tinha apenas 22 anos. É também um retrato da condição feminina em um país como o Brasil.

Ir para página do livro chevron_right
95º

O best-seller do médico e escritor Drauzio Varella é um relato de sua experiência atendendo os prisioneiros da Casa de Detenção de São Paulo — penitenciária paulistana desativada e parcialmente demolida em 2002. Varella atendeu voluntariamente os prisioneiros por dez anos. Ao escrever um relato pessoal, com interesse genuíno pelas trajetórias de seus pacientes, o livro consegue tocar em pontos nevrálgicos da realidade brasileira. O livro se encerra com o morticínio do dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram assassinados pelo pelotão de choque da PM, em mais um massacre praticado pelo Estado, 100 anos depois de Canudos.

Ir para página do livro chevron_right