Descrição de chapéu Independência, 200

200 anos, 200 livros

Conheça 200 importantes livros para entender o Brasil, um levantamento com obras indicadas por 169 intelectuais da língua portuguesa

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Jurema Werneck

Diretora da Anistia Internacional no Brasil

As indicações de Jurema Werneck

13º

O mascaramento do racismo, a naturalização da condição de espoliação vivida por negras e negros no Brasil e, ainda, a invisibilização da resistência, tem sido elementos constituintes da república brasileira até o século 21. Seus mecanismos tiveram que ser confrontados para que o Brasil pudesse se (re)conhecer como nação violenta que é, onde o extermínio continuado de negros e indígenas têm sido sustentáculos da supremacia branca que não ousa (ousava) dizer seu nome. Abdias Nascimento, no texto elaborado durante a ditadura militar e apresentado em Lagos, Nigéria, em 1977, apresenta, mais do que um manifesto, uma proposta de (re)encontro entre o país e suas responsabilidades com a superação do racismo. Que a imagem, dura, triste, ruim, permita enxergar a resistência e sirva de impulso para as mudanças que ainda urgem acontecer!

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33º

São dois volumes e muitas camadas interpretativas, dentro e em torno do texto, que desnudam o Brasil a partir do olhar, da escrita e da experiência desta mulher contraditória e genial que foi (que é) Carolina Maria de Jesus. Neles, encontraremos a mulher negra, agora ex-favelada, retratando um país que segue sendo desconhecido para uns (cegueira voluntária?), em sua brutalidade racista, às vezes coberta de um verniz incompleto. O lugar a partir de onde Carolina alça voz é o da maioria que observa e analisa, mas que é por muitos meios silenciada. A potência de Carolina está em ter transposto estas barreiras (mas não todas!) para contar o que vê, sente e imagina sobre o país que habitamos. As controvérsias de ontem e de agora que cercam as edições desta obra completam o cenário e demandam com urgência que enfrentemos nossos fantasmas.

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50º

Mil anos antes da chegada dos europeus à região onde hoje está o Rio de Janeiro, os Tupinambás já dominavam o território, para onde vieram ainda na pré-história do mundo, a partir de algum lugar entre os rios Madeira e Xingu. Estabeleceram aí sua nação usufruindo da natureza abundante até os anos de 1560, quando guerras, epidemias importadas e acordos de paz desrespeitados ajudaram a inaugurar outra era, onde quase desaparecem todos os povos originários. Esse livro conta esta história e outra: na geografia da cidade europeia persistem as marcas da presença indígena. Metáfora do Brasil que atualiza estratégias de genocídio indígena, o livro nos instiga a entender que os povos originários não morrem para sempre. E nos convida a, junto com eles, lutar pela vida!

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