Há um ano, a redação do semanário satírico francês “Charlie Hebdo” era atacada por dois radicais islâmicos. 12 pessoas foram mortas, incluindo chargistas e outros funcionários. Nos dias seguintes, mais ataques em Paris e uma caçada aos autores dos atentados. Relembre e acompanhe as homenagens
Fabiana Martins, Lucas Neves, Lucas Tófoli Lopes e Luiz Antonio Del Tedesco
Foram três dias de terror na França, entre a ação no jornal, o ataque ao mercado kosher até a morte dos extremistas
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7.jan.2015
A ação
Por volta das 11h30 do dia 7.jan.2015, os irmãos Chérif e Said Kouachi entram na sede do “Charlie Hebdo” e matam 11 pessoas. Na fuga, atiram à queima-roupa contra um policial já rendido. Após trocarem de carro, fogem da cidade
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7.jan.2015
“Je suis Charlie”
Uma multidão toma a praça da República, em Paris, depois das 17h, em manifestação de apoio ao “Charlie Hebdo”.
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8.jan.2015
Novo assassinato
Por volta das 8h, Amedy Coulibaly atira e mata a policial Clarissa Jean-Philippe e fere um gari em Montrouge. A polícia francesa identifica uma conexão com o ataque do dia anterior
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9.jan.2015
Sequestro na gráfica
Pouco depois das 9h, policiais começam operação de busca em Dammartin-en-Goële, cidade com 8.000 habitantes, atrás dos irmãos Kouachi. Os dois suspeitos invadem uma gráfica e fazem, ao menos, um refém. Eles dizem a policiais que querem “morrer como mártires”
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9.jan.2015
Sequestro no mercado
Por volta de 13h30, a polícia confirma que um sequestrador entrou no mercado judaico Hyper Cacher, na Porte de Vincennes, em Paris, e fez ao menos 19 reféns.
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9.jan.2015
Invasão e morte
Por volta das 17h, em ações praticamente simultâneas, os policiais invadem a gráfica e o mercado –nas duas, há o registro de explosões. Às 17h30, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, confirma a morte de Said e Chérif Kouachi. O refém da gráfica é libertado. No mercado, ao menos quatro reféns morreram, junto com Coulibaly
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17 pessoas foram mortas nos três dias de ataques
Charlie Hebdo
Stéphane Charbonnier (Charb)
Cartunista nascido em 1967. Trabalhava no “Charlie Hebdo” desde julho de 1992 e era seu diretor desde 2009
Charlie Hebdo
Jean Cabut (Cabu)
Cartunista nascido em 1938. Começou a carreira de desenhista aos 14 anos. Em 1960, passou a trabalhar na revista “Hara-Kiri Hebdo”, que deu origem ao “Charlie Hebdo”
Charlie Hebdo
Georges Wolinski
Cartunista nascido na Tunísia em 1934. Foi morar na França aos 13 anos. Nos anos 1960, também fez parte da equipe da “Hara-Kiri Hebdo”
Charlie Hebdo
Bernard Velhac (Tignous)
Cartunista nascido em Paris em 1957. Colaborava com o “Charlie Hebdo” e outras publicações, como “Télerama”, “L’Humanité”, “L’Express”
Charlie Hebdo
Bernard Maris
Economista e jornalista nascido em 1946, era um dos sócios do “Charlie Hebdo” e escrevia na publicação com o pseudônimo “Oncle Bernard”
Charlie Hebdo
Philippe Honoré (Honoré)
Cartunista nascido em 1941. Foi o autor da última charge tuitada pela conta do “Charlie Hebdo”, retratando o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi
Charlie Hebdo
Frédéric Boisseau
Funcionário da manutenção predial. Tinha 42 anos. Era casado e deixa dois filhos
CHARLIE HEBDO
Franck Brinsolaro
Policial. Era responsável pela segurança do diretor do "Charlie Hebdo", Stéphane Charbonnier. Foi morto na sala de reunião, junto aos cartunistas
Charlie Hebdo
Ahmed Merabet
Policial. Morto quando os terroristas estavam em fuga, já no exterior da sede da redação. Seu assassinato foi filmado por testemunhas que estavam no prédio vizinho
Charlie Hebdo
Michel Renaud
Convidado da redação. Tinha sido chamado por Cabu a participar da reunião, após lhe entregar desenhos que haviam sido emprestados para uma exposição, segundo o "Le Monde"
Charlie Hebdo
Mustapha Ourrad
Revisor do "Charlie Hebdo", trabalhou por muitos anos na revista "Viva". Segundo o jornal "Le Monde", era argelino e órfão
Charlie Hebdo
Elsa Cayat
Colunista e analista
Mercado kosher
Yoav Hattab
21 anos, estudante de marketing e comércio exterior
Mercado kosher
Yohan Cohen
22 anos, estudante
Mercado kosher
Philippe Braham
45 anos, analista de tecnologia da informação
Mercado kosher
François-Michel Saada
64 anos, aposentado
tiroteio na rua
Clarissa Jean-Philippe
27 anos, policial
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Riss (Laurent Sourisseau)
No jornal desde 1992, dividia as funções de diretor de Redação com Charb, morto no atentado. Naquele dia, sofreu um ferimento a bala no ombro. Atualmente, é diretor da publicação e acionista majoritário. Uma ala de jornalistas se queixa de seu estilo de trabalho, visto como autoritário e intransigente
Zineb El Rhazoui
No dia dos ataques, a socióloga de religiões e jornalista estava em férias. Virou uma das principais críticas do modelo de gestão do semanário, reivindicando maior participação dos funcionários. Em maio, recebeu carta da direção convocando-a para uma reunião de demissão por "falta grave" (atrasos e ausências); o caso gerou tanto burburinho na imprensa francesa que a decisão foi revertida
Simon Fieschi
Webmaster, foi ferido no ataque. Ao sair do coma, disse: “Tive preguiça de morrer”. Casou-se em setembro com a namorada australiana
Philippe Lançon
Cronista, passou por 13 operações na mandíbula
Bernard Holtrop (Willem) e Catherine Meurisse
Os dois desenhistas seguem colaborando para o jornal, mas evitam visitar a Redação. Willem diz que, com a proteção policial, "o clima fica pesado demais para escrever piadas". Já Meurisse, que hoje vive fora da França, afirma perder o sono quando é obrigada a comparecer ao local para reuniões ou compromissos. No fim de setembro, a equipe se mudou para o novo QG do "Charlie", em endereço secreto no sul parisiense, sob vigilância permanente, com janelas blindadas e uma sala ultraprotegida
Luz (Renald Luzier)
Autor da célebre charge estampada na capa do primeiro número pós-ataque, desligou-se da Redação em setembro, alegando falta de inspiração e desgaste psicológico. Salvou-se dos terroristas ao chegar atrasado para a reunião de pauta naquele 7 de janeiro. Em maio, lançou um livro de quadrinhos sobre o episódio traumático, "Catharsis" (catarse)
Patrick Pelloux
Uma das figuras mais midiáticas do "Charlie", o colunista (e amigo do presidente François Hollande) anunciou há três meses que deixaria o jornal, por "falta de ânimo de seguir adiante" --por ora, segue no expediente. Médico, ele foi um dos primeiros a chegar à Redação após o ataque; assumiu o papel de porta-voz informal da publicação, dando dezenas de entrevistas, o que melindrou alguns colegas
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Três extremistas foram mortos pela polícia
Saïd Kouachi
Mais velho dos irmãos Kouachi. Ambos foram mortos no cerco
à gráfica em Dammartin-
en-Goele
Chérif Kouachi
Irmão mais novo. Em 2008, chegou a ser condenado a três anos de prisão por terrorismo. Ambos eram franco-argelinos
Amedy Coulibaly
Responsável pela morte da polícial Clarissa Jean-Philippe no dia 8.jan.15 e pelo ataque ao supermercado kosher no dia 9.jan.15. Foi morto por policiais durante o cerco
Hayat Boumeddiene
Cúmplice e companheira de Coulibaly. Chegou ao aeroporto de Istambul em 2.jan.2015 e teria atravessado a fronteira da Turquia com a Síria em 8.jan.2015. Permanece foragida
As cerimônias de recordação dos atentados de janeiro de 2015 na França
Presidente francês François Hollande inaugurou placas em homenagem às 11 pessoas mortas por terroristas na sede do semanário. Na placa, lê-se:
"À memória das vítimas do atentado terrorista contra a liberdade de expressão..."
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7.jan
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10.jan
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e o humor
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