Do fliperama ao console
Com personagens como os amigos Ryu e Ken, o americano de cabelo espetado Guile, e o ditador Mr. Bison, “Street Fighter 2” chegaria a, pelo menos, 200 mil máquinas arcade vendidas, gerando receita de mais de US$ 4 bilhões em moedas, se considerada a inflação até 2016. E esses são dados compilados em 2001.
Depois dos fliperamas, o título seria convertido para consoles como o Super NES e Gameboy, ambos da Nintendo; Master System, da Sega; Playstation, da Sony; e também para PCs. Segundo dados do site de estatísticas de games VGChartz, até 9 de janeiro de 2016, foram vendidas 6,3 milhões de unidades em todo o mundo.
Desenvolvido pela japonesa Capcom, o game tem lógica simples, que tornou-se clássica no mundo dos jogos. Um cenário que muitas vezes faz referência à história de um dos lutadores serve de ringue para dois combatentes. Usando socos, chutes e movimentos especiais, é preciso golpear o adversário até que sua “barra de energia”, um contador que diz quanto de pancadas o personagem ainda pode aguentar, se esgote.
Som e fúria
Chun-Li não era a única mulher nas ruas perigosas de “Street Fighter 2”. A compositora japonesa Yoko Shimomura, 48, é a dona da trilha sonora viciante que acompanha as partidas do icônico jogo de luta. No final dos anos 1980, ela saiu de Osaka, no Japão, para bater nas portas da Capcom, em Tóquio. O game foi um dos seus primeiros trabalhos na produtora.
Anos depois, ela revelaria em entrevista para a série documental “Diggin’ in the Carts” que não tinha Ryu e trupe em mente quando compôs a trilha. “A ideia era criar a música de fundo dos cenários que se passavam em diferentes lugares do mundo. Sugeri adicionar um pitada de humor meio cartunesco e eles gostaram”, disse. O pastiche deu certo. A variedade sonora combinada com a urgência “lute ou morra” das músicas viraram referência no universo dos jogos de luta.
Samba?
As canções de “Street Fighter 2” aproveitam ao máximo dos limitados recursos sonoros da época e vão do funk americano aos ragas indianos. Os temas cativaram uma legião de fãs e em 2015 a trilha foi remasterizada e lançada em vinil e CD.
O tema percussivo de Blanka (o monstrengo verde que representava o Brasil no torneio) passa longe do samba e parece trilha de um cruzeiro no Caribe. Tentamos corrigir o erro, mas caímos em… outro tema com clima caribenho. Ouça abaixo nossa releitura.