São Paulo 463

São Paulo Ociosa

Espaços históricos do centro da cidade passam anos no esquecimento, esperando algum uso público ou privado

Galeria Prestes Maia

Galeria favorita dos artistas está ociosa há mais de 20 anos

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Com 6 mil m2 _ maior que o fechado Museu da Língua Portuguesa _, está sem uso continuado desde 1995. Quando aberta pelo prefeito Prestes Maia, em 1940, aproveitando os vazios e a estrutura do recém-construído "novo" Viaduto do Chá, era ponto de encontro de artistas. Com paredes e colunas revestidas de mármore, e duas esculturas de Victor Brecheret dando as boas-vindas, recebia exposições e salões de artes.

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Em 1º de março de 1955 ganhou o primeiro "lance" da primeira escada rolante pública da cidade (já existia outra no prédio da Bienal, no Ibirapuera, mas que só era acessível durante os eventos ali). O frisson foi tanto que havia filas de transeuntes para usar a engenhoca. Houve briga na Câmara Municipal por conta da placa comemorativa do feito _ vereadores achavam injusto que William Salem, um ex-colega que virou prefeito um mês antes graças à renúncia de Jânio Quadros, tivesse seu nome eternizado ali.

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A partir dos anos 70, abrigou repartições públicas, da Cohab a um pioneiro centro de atendimento para soropositivos na epidemia de Aids no final dos anos 80. Nos anos 90, a gestão do prefeito Paulo Maluf até cogitou a abertura de um shopping no lugar, mas acabou cedendo a galeria para o Masp. O presidente do museu, Julio Neves, prometeu uma filial do Masp, que nunca aconteceu.

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Algumas poucas exposições e desfiles de moda aconteceram até 2004. Marta Suplicy reformou a praça do Patriarca. O arquiteto Paulo Mendes da Rocha projetou uma cobertura monumental branca para a entrada da galeria (que continuava sem uso). A marquise branca foi instalada e virou portal a lugar nenhum. A ideia de transformá-la em Museu da Cidade não vingou. Em 2011, depois de uma pendenga jurídica para tirar a concessão do Masp, o prefeito Gilberto Kassab anunciou que viraria um anexo da prefeitura, com auditório. A galeria continua vazia.