“Não adianta querer fugir de problema. Aonde a gente for, os problemas vão atrás.” - Cotidiano - Folha de S.Paulo | Memórias do Feijão

“Não adianta querer fugir de problema. Aonde a gente for, os problemas vão atrás.”

5.jul.2019 às 20h41

A mina Córrego do Feijão iniciou as atividades em 1956, comandada pela Companhia de Mineração Ferro e Carvão. Onze anos antes, em 1945, nascia Carmem Vicentina Barbosa, ou como é conhecida, dona Carminha. Ainda criança, ela viu a mineração chegar e dar emprego aos seus familiares, morou em casas fornecidas pelas empresas e acompanhou desde o início as mudanças geográficas da região.

Como uma das primeiras moradoras do então batizado "Córrego do Feijão", ela viu a comunidade e seus moradores nascerem e crescerem, e também viu a tragédia acontecer. Era sexta-feira quando dona Carminha sentiu os vidros da janela balançarem. Como ela mesma diz, imaginou ser um tremor de terra ou um caminhão pesado, só não imaginou que, aos 74 anos de idade, enterraria um neto, seis sobrinhos, centenas de conhecidos e metade do lugar que ajudou a construir.

No fundo de casa, Dona Cota, filha da Carmem e esposa do Noé, assistiu às imagens de drone que fizemos e nos mostrou onde e o que eram as áreas destruídas pela lama. Assista:

Dona Carmem faleceu dois meses após conceder essa entrevista. (in memorian - 1945 - 2019)