Com sintomas que pareciam aos de um infarto, Antônio Pereira da Silva foi levado ao Hospital das Clínicas, onde passou por exames que indicaram contaminação pelo novo coronavírus. Ele não queria procurar ajuda porque acompanhava o noticiário e temia o isolamento. "Não quero morrer sozinho, abandonado", disse à esposa Sirlei. Seus temores se concretizaram. Nenhum dos cinco filhos pode visitá-lo e ele morreu no dia 6 de abril. Paraibano, Antônio mudou-se para São Paulo em 1982, com a sua primeira mulher Cristina e suas duas filhas, Luciana e Luciene. Elas descrevem o pai como um homem dedicado ao trabalho e devoto à igreja. Ele também deixa outros três filhos (Manoel, Antoniel e Jessika). Quando não estava trabalhando numa loja como vendedor de colchões, Antônio gostava de reunir os filhos em rodas de viola. "A música sertaneja sempre foi uma paixão dele, desde adolescente. Queria que um dos filhos aprendesse a tocar violão também", conta Luciene Pereira da Silva Oliveira, 39.