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Funai diz que vai reativar bases de monitoramento no vale do Javari
O presidente da Funai, Franklinberg Ribeiro de Freitas, rebateu as críticas feitas pelo indigenista Sydney Possuelo, que chefiou o órgão entre 1991 e 1993, e pelo ex-coordenador da fundação Bruno Pereira.
Em resposta à declaração de Possuelo de que a Funai perdeu a capacidade de fiscalização, Freitas afirma que a Frente de Proteção do Rio de Jandiatuba já está em fase de reativação. "Agora no final do ano, com recursos recebidos do descontingenciamento do governo federal, já iniciamos esse processo. E, claro, à medida que o orçamento da Funai for ampliado, nós também vamos reativar outras bases que foram desativadas por falta de recursos", diz o presidente do órgão.
Sobre a afirmação de que a Funai demorou para mandar uma expedição aos locais de supostos massacres de índios isolados, noticiados em setembro, Freitas argumenta que a logística na região amazônica é diferente da do restante do Brasil.
"A fisiografia da região amazônica, particularmente a do vale do Javari, resulta numa logística difícil e onerosa. São necessários recursos, meios e pessoal adequados para realizarmos essas ações de fiscalização e proteção dentro da terra indígena. Quem conhece a região amazônica sabe que, para se deslocar particularmente de Tabatinga, Atalaia do Norte ou Benjamin Constant para qualquer uma das aldeias da Terra Indígena do Vale do Javari, demora alguns dias para chegar."
Segundo ele, em uma base de proteção em Envira são quase 30 dias de expedição. "As distâncias são realmente consideráveis. Não é descaso, é um problema de fisiografia da região, que dificulta muito a nossa logística. Por isso, aproveitamos o Exército, com o apoio de helicópteros, de embarcações e da sua logística para somar às nossas equipes e auxiliar nessa realização de vigilância e de proteção à Terra Indígena do Vale do Javari."
O presidente da Funai também respondeu às críticas de Bruno Pereira, ex-coordenador do órgão, de que há uma inadequação entre os concursos realizados pela Funai para contratação e o trabalho na floresta. "É uma dificuldade em um concurso estabelecer que todos os aprovados tenham a expertise necessária para o trabalho específico que existe nas diversas áreas da Funai. Mas é muito importante que conste no edital mais especificidades para o preenchimento desse tipo de vagas."