É um clássico incontornável da literatura brasileira. Comovente, pessoal e coletivo, revela o avesso da modernidade brasileira. No centro do capitalismo, chamado de locomotiva do Brasil pelos modernistas, uma migrante e chefe de família reflete sobre temas centrais que travam o desenvolvimento do país, como a pobreza, a marginalização, a fome, o racismo, a ausência de políticas públicas de habitação, de saneamento básico e a segregação urbana. Lido no Brasil e fora dele, Carolina é autora que rompeu fronteiras nacionais.

O ensaio de Sérgio Buarque de Holanda se consagra ano após ano como uma grande interpretação do Brasil. O homem cordial ainda segue sendo uma referência para os estudiosos contemporâneos. O livro mostra os grandes desafios da sociedade brasileira, entre eles, a dificuldade de separar a esfera pública da esfera privada.

Radical, o livro de Abdias Nascimento consagra um termo que será fundamental para entender a sociedade brasileira, em particular as lutas políticas pela cidadania: o genocídio. Ele denuncia a democracia racial, ideologia que ganhou grande destaque durante a ditadura militar. Escrito pelo maior ativista antirracista brasileiro do século 20, o livro é uma arma de combate usada pelos movimentos sociais que lutam pela democracia brasileira. Sua vitalidade política e social é incontestável.

Escrito por um dos maiores sociólogos desse país, o livro publicado no ano do golpe militar é uma densa e profunda obra sobre a transição da sociedade escravista para a ordem capitalista, ou seja, de mão de obra livre. Trata-se de uma obra de grande envergadura teórica e com grande profundidade empírica. Pela sua atualidade e originalidade, o trabalho ultrapassou gerações e permanece vigoroso para gerações vindouras.

O livro revoluciona o entendimento sobre a República no Brasil. Mostra um evento desconhecido da produção nacional: um massacre de pessoas egressas da escravidão que temiam ser reescravizadas na República. Premiada nas ciências sociais, a obra marca uma guinada recente nas interpretações sobre o Brasil vistas a partir da periferia do país.

Um marco para os estudos de desigualdades de gênero no Brasil, o livro é uma referência histórica e sociológica para compreender o patriarcalismo na sociedade capitalista. É impossível realizar estudos sobre as mulheres brasileiras sem passar pelo livro de Saffioti, que abriu agenda ampla de investigações sobre a condição, o papel e os mitos que justificam a inferioridade das mulheres no país. Pioneira e original, Saffioti atravessou os tempos e tornou-se referência obrigatória para os estudos feministas no país. Sua obra é uma vigorosa interpretação do Brasil vista pela perspectiva de classe e gênero.