Professora da UFRJ e pesquisadora da história e da cultura afro-brasileiras
As indicações deHelena Theodoro
50º
Pensar Nagô
Muniz Sodré
2 indicações
Nele, Muniz situa o pensamento nagô como uma provocação à reversibilidade dos tempos e à modificação dos modos de se existir. Mostra como somos naturalmente diversos e que variação é absolutamente normal e necessária para a evolução dos indivíduos. Distingue filosoficamente o diverso do diferente, negando o universal do pensamento europeu e atendendo o pensamento da alteridade, situando que somos naturalmente diferentes uns dos outros: filhos de pais, de amigos, dos indivíduos do resto do mundo.
Agadá: Dinâmica da Civilização Africano-Brasileira
Marco Aurelio Luz
Marco Aurélio faz um passeio pela África pré-colonial e pela continuidade transatlântica, situando os conceitos de pessoa, ancestres, orixás, relações sociais e religiosas, tratando do mundo dos brancos e da insurgência negra. Completa o passeio pela cultura negra no Brasil tratando de linguagem e identidade, onde situa a arte negra, os terreiros de axé, o futebol, a arte sacra negra, a experiência educacional da Mini Comunidade Oba Biyi, fechando com a importância das Conferências Mundiais da Tradição dos orixás e do Intecab (Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira). É uma das reflexões mais profundas sobre as tradições do povo preto no Brasil e de sua resistência.
Saber do Negro
Joel Rufino dos Santos
Conta de forma muito didática e expressiva a trajetória do negro no Brasil. Joel, como bom historiador negro, conta a luta organizada contra o racismo, tratando da rebeldia do povo negro, que viveu ativamente desde os anos 1960. Em seu terceiro capítulo, fala da marginalização da comunidade preta e situa o tombamento do Quilombo dos Palmares como uma conquista do movimento negro, que demonstrou assim seu direito à história e ao lugar de cidadão desse país.
A Verdade Seduzida: Por um Conceito de Cultura no Brasil
Muniz Sodré
Neste livro, temos o conceito de cultura negra no Brasil tratada por Muniz como uma cultura de aparências, onde o que aparece como verdade é aquilo que nos convencemos, sendo assim uma recusa à possibilidade de uma verdade única e universal. Situa a cultura das aparências com as dimensões de segredo (awo) e de luta (ija). Mostra como Ifá, orixá nagô de adivinhação ou predição, fala por enigmas ou parábolas. Na realidade, o enigma é um desafio à luta. O ritual implica em revelação aparente e aumento de força para todo o grupo. Muniz valoriza o encontro entre as pessoas e o território em que vivem. É leitura obrigatória para a compreensão do pensar, agir e sentir da comunidade negra.