Descrição de chapéu Independência, 200

200 anos, 200 livros

Conheça 200 importantes livros para entender o Brasil, um levantamento com obras indicadas por 169 intelectuais da língua portuguesa

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José Celso Martinez

Diretor do Teatro Oficina

As indicações de José Celso Martinez

O xamã Davi Kopenawa gravou em yanomami com o etnólogo francês, Bruce Albert, sua vida nas lutas com seu povo contra a cegueira do 'mercado'. Esse livro revela o povo índio sujeito, com cultura xamãnica que se aconselha com os xapiri, espíritos da floresta. O livro é 'manifesto xamânico', revelando, nessa autobiografia, a luta pela floresta em pé, impedindo que a mineração envenene rios nos territórios sagrados. Demonstra que o desequilíbrio da terra pelo arrancar brutal de suas entranhas poderá trazer nosso fim: 'A Queda do Céu'.

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11º

Livro de anunciação do povo brasileiro. Sua leitura em voz alta revela o mistério dos grandes livros: poesia de ethernidade presente, escrito do ponto de vista da vertigem. Conselheiro, pajé que eletrizou seu povo com sua presença e suas falas, não é messiânico. Canudos é autogerida no setor da guerrilha por João Abade e o Negro Pajeú. Foi a segunda cidade da Bahia com 25 mil habitantes. Não foi uma cidade antirrepublicana, mas refúgio, tendo realizado uma Hégira como Maomé. Encontrou seu céu no chão: um sacerdócio mestiço sertanejo anárquico.

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95º

Um romance estraçalhado. Publicado em 1933, a obra prima dança com o 'Ulisses' de James Joyce e com os filmes de Godard. Serafim é o mais próximo do carnaval. Com um diamante no dedo ele trepa no canhão que colocou na oscilante banana do arranha-céu, graças aos acontecimentos da Revolução Paulista de 1924. No quadro final, institui-se o navio 'El Durasno', uma humanidade liberada, de base priápica. Parte da tripulação se despe, eternamente fodendo no meio do mar no navio em viagem orgiástica flanando mares abajo 'del Ecúador'.

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