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Lu Ain-Zaila

Pedagoga e escritora, é autora de “Sankofia: Breves Histórias sobre Afrofuturismo”

As indicações de Lu Ain-Zaila

25º

Para além de um premiado Jabuti, é principalmente uma escrevivência (conceito/método cunhado por Conceição Evaristo) que narra e respira as experiências de pessoas negras pelo reflexo do que vê num abebé. E se essa palavra é estranha num país onde mais de 50% da população é negra, temos uma história mal e não contada. E pessoalmente, Ayoluwa, a alegria do nosso povo me anima ao apresentar nomes comuns em África e seus significados. Tal ato nos recompõe a memória na diáspora. Então nossos nomes soam assim? É o que significam?

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Indicações fora da lista

Estive presente nos 90 anos de Abdias Nascimento, uma memória feliz. Aliás, toda a trajetória e publicações do Ipeafro (Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros) conduzida por Abdias Nascimento, Elisa Larkin e apoiadores é uma relocalização do ver e olhar a história da população negra até antes do Teatro Experimental do Negro. Esta obra é um apanhado ímpar deste paradigma de Asante e cia. - método e reposicionamento da centralidade de uma pessoa negra. E sendo uma escritora afrofuturista-afrocentrada, recomendo este abre-alas poderoso.

Pensei em indicar 'Racismo & Sociedade' deste pesquisador negro cubano, mas me decidi por sua autobiografia, que narra seu tornar-se negro, depois ativista e pensador das realidades negras. É leitor do mundo ao nosso redor, incluindo seus testemunhos desde criança dos discursos e revoluções que deixaram povos negros pelo caminho. Já tive a honra de ouvi-lo em palestras, cursos e sua imersão no que significa ser consciente da raça e racismo, desde a história antiga até hoje é sem igual. Um djéli diaspórico.