A inspiração weberiana do autor permite aprofundar as questões centrais da formação do Brasil no que tange as discussões relativas às esferas pública e privada – que, no nosso caso, são bastante complexas e misturadas. A obra faz-se necessária nesse momento em que grande parte da população se pergunta de que maneira um povo amistoso como o brasileiro pode expressar tamanha virulência e preconceito. Nesse ponto, Buarque de Holanda, ao nos brindar com a formulação do 'homem cordial', aponta a chave interpretativa para essas e muitas outras indagações.

Quase um século depois, as representações contidas no livro de Mário Andrade –como o 'monstro devorador de gente' e o 'herói sem caráter que nasce negro e embranquece'– mostram-se profundamente atuais para entender o cenário brasileiro contemporâneo.

Trata-se do estudo mais detalhado das relações entre o Estado e populações nativas no Brasil. O autor centra sua análise na complexa relação entre as práticas disciplinares da guerra e da conquista para desenvolver o conceito de poder tutelar.

Este livro do 'poeta do desterro' ou 'Dante Negro', como ficou conhecido, é referência necessária para refletir sobre os problemas vivenciados pelo poeta - homem negro, filho de ex-escravizados, aclamado como o maior representante do nosso Simbolismo. O livro termina com o poema 'Emparedado', considerado sua obra mais importante, sendo, segundo os críticos, seu testamento de homem e poeta.

Ao propor uma análise da formação racial do Brasil, Alberto Guerreiros Ramos, com sua crítica sociológica, aponta questões fundamentais para a compreensão das disputas entre cor, raça e etnicidade no contexto brasileiro. A obra do autor deveria ser tratada como um clássico do pensamento social brasileiro por sua sofisticação e referência obrigatória para os estudos decoloniais.