Descrição de chapéu Independência, 200

200 anos, 200 livros

Conheça 200 importantes livros para entender o Brasil, um levantamento com obras indicadas por 169 intelectuais da língua portuguesa

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Tom Farias

Jornalista e escritor, é autor de "Carolina: Uma Biografia" e colunista da Folha

As indicações de Tom Farias

16º

Triste Fim de Policarpo Quaresma', romance que antecede o modernismo brasileiro, vai além: é uma anunciação desse movimento, de 1922. Linguagem, temática, desenho e enquadramento dos personagens, estudados sob forte rebeldia, transforma o romance em peça para se entender o país do pós-abolição e da República. O pano de fundo são temas caros ao nacionalismo: língua, defesa da terra, dilemas do povo, os indígenas. Lima moldou o anti-heroísmo de Quaresma, dom Quixote às avessas, para falar de um outro Brasil.

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50º

Úrsula', escrito por Maria Firmina dos Reis, inaugura não só o primeiro romance de autoria feminina no Brasil, mas uma narrativa onde personagens negros e negras têm voz e protagonismo preponderantes. Relevante na segunda fase do Romantismo brasileiro, contraponto a figuras masculinas e brancas, como a José de Alencar, Firmina desconstrói uma história etnocêntrica e branca. Primeiro romance abolicionista, é nosso 'romance negro', escrito por uma mulher negra, no século da escravidão.

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Indicações fora da lista

O Filho do Pescador', de Teixeira e Sousa, é romance fundador da literatura brasileira, da primeira geração romântica, antecipando-se 'A Moreninha', de 1844, de Joaquim Manuel de Almeida. Teixeira e Sousa, autor de origem negra, inova no enredo: temas sobre a escravidão, cenário exuberante, ligado à natureza, intrigas, traição, mortes, adultério, amor impossível - base do que seria escrito nos últimos 200 anos. O autor influenciou toda a geração de escritores, começando por Machado de Assis.