Descrição de chapéu Independência, 200

200 anos, 200 livros

Conheça 200 importantes livros para entender o Brasil, um levantamento com obras indicadas por 169 intelectuais da língua portuguesa

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Wlamyra Albuquerque

Historiadora, é professora da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e coautora de "Uma História da Cultura Afro-Brasileira"

As indicações de Wlamyra Albuquerque

É um relato poético do cotidiano de uma catadora de papel numa favela paulista. A delicadeza da escrita enxuta e direta não disfarça a dureza da pobreza de uma mulher negra na cidade. O livro nos guia pelas vielas do morro e vai, pouco a pouco, nos apresentando a personagens que sobrevivem firmando vínculos solidários, mas também disputando por espaço físico, visibilidade social e até mesmo por comida.

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16º

Escrito em 1911 e em meio às críticas dos intelectuais da época sobre os caminhos da jovem República, 'Triste Fim de Policarpo Quaresma' expõe de modo fabuloso os problemas que estruturavam (e ainda estruturam) a sociedade brasileira. Deve ser lido como uma imersão na experiência de um literato negro que traduziu para muitas gerações os dilemas e as tensões sociais e raciais que marcaram a inauguração da República e o pós-abolição.

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33º

O ponto de partida é uma greve de trabalhadores negros na Bahia, em 1857. João Reis nos apresenta a urbanidade de uma sociedade sustentada e dependente do escravismo. À medida em que uma greve tão inusitada é contada, é possivel conhecermos como trabalhadores empregados no transporte de pessoas e mercadorias lutavam por direitos. É uma obra histórica com muita fluidez literária. Salvador surge ao longo do livro com a pluralidade das populações africanas e, ao mesmo tempo, com as dinâmicas de exclusão do Brasil monárquico que seriam estruturantes do Brasil republicano.

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33º

Nesta coletânea de artigos, Sueli Carneiro desvela as interseções entre racismo, sexismo e pobreza na sociedade brasileira contemporânea. Trata-se de uma reflexão que convida a uma interpretação sobre a incessante produção de desigualdades em diferentes dimensões, tanto pelo Estado quanto pela sociedade civil.

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Indicações fora da lista

O Machado de Assis que Chalhoub apresenta é o de um escritor imerso nas mudanças de uma sociedade escravista em crise. A ironia machadiana é acentuada pelas lentes apuradas de Chalhoub. Lê-los é uma boa oportunidade de conhecer, sem ranços acadêmicos, Machado de Assis circulando pelas relações de poder que, fundadas no século 19, continuam presentes no Brasil republicano.