O quadrado ao lado representa os R$ 10,9 trilhões produzidos pelo país durante 12 meses, ou seja, o PIB de quatro trimestres. Esse valor pode ser dividido, do ponto de vista da oferta, pelo valor adicionado por setores
O principal setor da economia são os serviços, com peso relevante de atividades imobiliárias, comércio, setor público e das 12 atividades que compõem o grupo outros serviços, como alojamento, alimentação, educação e saúde privados, cultura e esporte
Entre os serviços, um dos principais componentes são os atividades imobiliárias, com participação de 7,7% no PIB (mais que a agropecuária). Mas somente 30% representa os valores pagos por inquilinos a proprietários. Os outros 70% são os aluguéis imputados: o IBGE considera que imóveis residenciais e comerciais próprios geram serviços de habitação para seus proprietários e que isso tem um valor, que é parte do PIB*
O segundo maior setor é a indústria, com participação cerca de 20% do PIB. A indústria de transformação (fabricação de alimentos, têxteis, máquinas, automóveis etc.) representa mais da metade do setor. A outra metade se divide em três partes, com destaque maior para o segmento extrativo (como petróleo e mineração) no período mais recente
No PIB trimestral, o valor adicionado pela indústria da construção é composto, basicamente, pela remuneração dos trabalhadores (formais e informais) do setor, e não pelo valor das obras. Os dados são revistos após a divulgação da pesquisa anual com as empresas do setor. A maior parte do que é produzido pela construção aparece como investimento, quando se olha a ótica da demanda
O valor adicionado pela agropecuária corresponde a menos de 10% do PIB. O dado é apurado a partir de pesquisas do próprio IBGE para agricultura, pecuária, produção florestal e pesca e aquicultura. Não inclui todo o agronegócio, representado também, por exemplo, pela indústria de alimentos
Ao valor adicionado pelos três setores é somado o imposto sobre a produção, que é parte do preço do produto e, portanto, compõe o PIB
Outra forma de ver o PIB é do ponto de vista da demanda, ou seja, o destino do que foi produzido. Nesse caso, trata-se da soma da despesa de consumo de bens e serviços das famílias e do governo, da parcela destinada ao investimento e das exportações, descontadas as importações*
O investimento público e privado, também chamado de Formação Bruta de Capital Fixo, corresponde aos produtos fabricados em um ano e que serão utilizados no processo produtivo nos anos posteriores. O investimento tem por finalidade aumentar a capacidade produtiva do país
A construção responde por quase metade do investimento, dividida de forma praticamente igual entre residências e outras obras. Máquinas e equipamentos também têm participação relevante. O restante são produtos de propriedade intelectual e outros ativos, como equipamentos bélicos e recursos biológicos. O setor privado responde por 84% do indicador; o governo (nas três esferas), por 11%; e as estatais, por 5%*
A despesa de consumo do governo não corresponde ao gasto público total, mas ao custo dos serviços oferecidos por União, estados e municípios, como insumos e salários de servidores. Não inclui investimento, nem transferência de renda (que aparece no consumo das famílias).*
O índice para educação pública é calculado pela variação do número de matrículas. Para a saúde pública, utiliza-se o tempo de internação, segundo valores por tipo de diagnóstico, e a produção ambulatorial, de acordo com o custo por procedimento
A despesa de consumo das famílias corresponde a 63,3% do PIB. O cálculo considera, inicialmente, um crescimento proporcional à oferta (valor da produção mais importações). O volume é ajustado com base no consumo retratado nas pesquisas do IBGE
Parte da produção nacional é exportada
Parte do investimento e do consumo de famílias e governo são produtos e serviços importados, que não foram produzidos no Brasil e fazem parte do PIB de outro país. É necessário subtrair o valor das importações para que o PIB da ótica da demanda seja igual ao PIB da ótica da oferta*
Parte do investimento e do consumo de famílias e governo são produtos e serviços importados, que não foram produzidos no Brasil e fazem parte do PIB de outro país. É necessário subtrair o valor das importações para que o PIB da ótica da demanda seja igual ao PIB da ótica da oferta*