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No início de 2015, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba negociava um acordo de leniência com a Camargo Corrêa e acordos de delação premiada com executivos da empreiteira que estavam presos desde novembro de 2014.

 

21.jan.2015

 

Deltan Dallagnol

16:15:15 Oi lindao

 

Carlos Fernando dos Santos Lima

16:16:42 Fechei o escopo ‘a princípio’ com a Camargo. Parece razoável. Petrobras, Belo Monte, Angra 3, Valec.

 

Deltan

16:27:37 Nós tínhamos que ser duros na negociação. Mas o sistema hoje não permite que eles digam tudo, e o que dirão é bem razoável. Agora temos que pensar na multa. Pede pro Roberto Leonel o faturamento e o lucro das empresas do grupo nos últimos 5 anos...

 

Carlos Fernando

21:29:50 Vou pedir 2 bilhões de dólares.

 

Deltan

22:10:24 Temos que ter os dados.... E calcular qto pagou de propina... Pra ter parâmetros. Sem prejuízo de pegar tudo que da

 

Carlos Fernando

22:19:56 Se tiver informações, sim. A reunião será na próxima semana.

 

CitaçÕES

Roberto Leonel Auditor que chefiava a área de inteligência da Receita Federal em Curitiba

2 bilhões de dólares O acordo de leniência foi fechado em agosto, e a multa ficou em R$ 700 milhões

 

 

Na reta final das negociações com os executivos, Deltan sugeriu a Carlos Fernando que consultasse o então juiz Sergio Moro antes de definir os benefícios que seriam propostos aos colaboradores. Segundo Deltan, Moro disse que não aceitaria homologar as delações se a pena prevista não incluísse pelo menos um ano de prisão em regime fechado. Os dois procuradores divergiam sobre a estratégia a adotar nas negociações com os colaboradores

 

23.fev.2015

 

Deltan

23:57:09 Eu não estarei aqui na quarta, nem na reunião com o Moro, mas seria bom que houvesse uma conversa sobre os acordos dos três porquinhos. CF, Vc reclamou que me meti, mas podiamos ter problemas com a questão da Valec se o Helio Telho depois não concordasse ou criticasse nosso acordo, sendo ele o proc natural. A título de sugestão, seria bom sondar Moro quanto aos patamares estabelecidos ontem. Pensei sobre o que Vc disse de eles trazerem a CC. Pode acontecer, mas se eles não vão indicar um acionista, pegaríamos eventualmente outros diretores, torcendo para eles indicarem os acionistas. É possível que ocorra, mas temos que pensar em duas coisas: 1) vamos ter braço para tudo isso, ir atrás do diretor logo para que depois venha a CC? Há várias prioridades em andamento. 2) a meu ver, essa estratégia pode sim ser perseguida, mas as prioridades vivem mudando e o acordo deve ser justificável por si só. Colaborações são um flanco para críticas. Caminhamos com a força da opinião pública e não podemos perdê-la. Sei que Vc discorda do item 2, estou só colocando minha opinião. Estarei lá na quinta para sustentar isso; 3) uma crítica que virá é o do número de acordos de colaboração... não concordo com essa crítica se o acordo foi individualmente justificável, e não é minha maior preocupação, mas vi um ou dois de nós mencionarem essa preocupação.

 

24.fev.2015

 

Carlos Fernando

07:26:12 Deltan. Como disse ontem, não somos noviças virgens para ficar tão preocupados com o que vão pensar de nós. As críticas vem sempre, e ultimamente somos mais criticados pelo que não fazemos, como o PGR agora com o Pessoa. A minha crítica, e neste ponto falo pelo Januário, é que o procedimento de delação virou um caos. Creio que se a sua divisão de serviço pressupõe que eu e Januário estamos encarregados dos acordos, eles devem ser tratados por nós. Você é o Promotor natural e pode discordar, e eu sempre ouço todos, mas o que vejo agora é um tipo de barganha onde se quer jogar para a platéia, dobrar demasiado o colaborador, submeter o advogado, sem realmente ir em frente. Não sei fazer negociação como se fosse um turco. Isso até é contrário à boa-fé que entendo um negociador deve ter. E é bom lembrar que bons resultados para os advogados são importantes para que sejam trazidos novos colaboradores. Eu desejo que sejam estabelecidas pautas razoáveis, e que eu e Januário possamos trabalhar com mais liberdade. Os últimos acordos que fizemos foi por exclusiva vontade minha. E não vejo a reclamação generalizada contra eles. Muito pelo contrário. Agora o acordo com o Rafael foi bom para aplacar a insegurança de Brasília. Vamos pensar a longo prazo. Se falta de mãos fosse um argumento, não estaríamos aqui hoje.

 

Deltan

08:29:16 Carlos, eu apoiei todos os acordos que Vc fez. Essa autonomia não está existindo em nenhum setor. Todos estão opinando em AIAs, nas denúncias, no relacionamento com a imprensa, com a PGR, até no uso do meu tempo rs. Quanto mais sensível é o tema, mais todos querem contribuir para que o resultado seja melhor. O que acho que faltou no caso dos acordos, na minha opinião, foi conversarmos antes e pensarmos na estratégia. Reconheço que falhei em não organizar reuniões de coordenação. Devem existir mesmo. Como todos são Barbados e experientes, e não queria ficar me metendo, estava deixando rolar e que cada um marcasse reunião Qdo queria. Mas vejo agora que não é o ideal, e que tenho que estar mais perto de todos. Mas até isso não é unânime rs. Os acordos são sensíveis por diversas razões. Uma é opinião pública e precisamos dela meu amigo. Outra é o fato de que nossa e minha reputação estão ligados ao caso. Estamos numa era tecnológica e como promotores não ganhamos mas dependemos de nossas reputações. Isso me leva a ser mais conservador do que arrojado, mas te entendo também. Enfim, acho que devemos conversar mais e vamos fazer isso para trabalharmos como um time mais entrosado.

 

Carlos Fernando

09:37:52 Vou discordar de muitas das suas premissas, mas não aqui. Quero essa reunião com a presença de Januário e Orlando, ao menos.

 

25.fev.2015

 

Deltan

01:53:47 Carlos Vc quer fazer os acordos da Camargo mesmo com pena de que o Moro discorde? Acho perigoso pro relacionamento fazer sem ir FALAR com ele, o que não significa que seguiremos. Podemos até fazer fora do que ele colocou (quer que todos tenham pena de prisão de um ano), mas tem que falar com ele sob pena de ele dizer que ignoramos o que ele disse. Vc pode até dizer que ouve e considera , mas conveniência é nossa e ele fica à vontade pra não homologar, se quiser chegar a esse ponto. Minha sugestão é apenas falar.

 

Citações

Helio Telho Procurador que investigava a corrupção na construção de ferrovias da estatal Valec, em Goiás

CC Camargo Corrêa

PGR Procuradoria-Geral da República

Pessoa O dono da UTC, Ricardo Pessoa, que fechou acordo com a PGR em maio

Januário O procurador Januário Paludo

Rafael Rafael Angulo Lopez, funcionário do doleiro Alberto Youssef que fechou acordo em dezembro de 2014

AIAs Ações de improbidade administrativa movidas no início da Lava Jato para buscar reparação de danos causados pela corrupção

Orlando O procurador Orlando Martello

 

 

 

Meses depois de concluídas as negociações com a Camargo Corrêa e seus executivos, os procuradores da força-tarefa de Curitiba tratavam com naturalidade da interferência de Moro ao discutir o assunto com colegas de Brasília num grupo de mensagens do qual participavam no Telegram.

 

26.ago.2015

 

Douglas Fischer

11:35:24 Galera. O paulo disse ontem en passant aqui em Bsb que teria havia dois casos em que o Moro não aceitou proposta de acordos por falta de originalidade nas provas apresentadas. Vocês tem estas decisões dele ? Obrigado

 

Paulo Roberto Galvão

19:59:58 Douglas, o Moro tem reclamado bastante, mas ao final sempre concorda com a nossa proposta. No caso do Dalton Avancini, ele inclusive consignou a discordância (acho que em ata de audiência) e deu cinco dias para justificar, mas depois aceitou. Mais recentemente ele também implicou com o acordo do Musa, mas não sei se constou por escrito (Diogo sabe?)

 

Orlando Martello

20:02:52 Januario estão reforçando os depoimentos para superar a questão, mas ainda não foi homologado o do Musa.

 

Citações

Dalton Avancini Um dos executivos da Camargo Corrêa que fechou acordo de delação premiada em fevereiro

“cinco dias para justificar” Moro deu 45 dias para que Avancini apresentasse novos depoimentos

Musa O ex-gerente da Petrobras Eduardo Costa Vaz Musa, que fechou acordo em setembro

Diogo O procurador Diogo Castor de Mattos

 

 

 

Em fevereiro de 2016, Deltan procurou Moro para discutir o caso de outro executivo da Camargo Corrêa, João Ricardo Auler, que estava fechando acordo de delação premiada. Era preciso decidir em que instância ele seria homologado, com Moro ou o juiz João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

 

5.fev.2016

 

Deltan

23:36:36 Caro: Gebran e colegas da regional entenderam que não seria o caso de homologar o acordo do Auler lá, por não haver pessoas indicadas que tenham prerrogativa de foro. Ainda que discordando tecnicamente, vejo vantagens pragmáticas de homologar por aqui, mas não quisemos avançar sem sua concordância quanto à análise dessa questão por aqui... Podemos prosseguir? Se preferir, vou à JF conversar pessoalmente

 

6.fev.2016

 

Sergio Moro

01:20:08 Para mim tanto faz aonde. Mas quai foram as condicoes e ganhos?

 

Deltan

08:06:36 Ok. Não sei, quem fez, creio, foi CF. Vou checar e eu ou alguém informa

 

Citações

JF Justiça Federal, onde Moro atuava

CF O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima

 

 

A transcrição das mensagens manteve a grafia original dos arquivos obtidos pelo The Intercept Brasil

No início de 2015, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba negociava um acordo de leniência com a Camargo Corrêa e acordos de delação premiada com executivos da empreiteira que estavam presos desde novembro de 2014.

 

21.jan.2015

 

Deltan Dallagnol

16:15:15 Oi lindao

 

Carlos Fernando dos Santos Lima

16:16:42 Fechei o escopo ‘a princípio’ com a Camargo. Parece razoável. Petrobras, Belo Monte, Angra 3, Valec.

 

Deltan

16:27:37 Nós tínhamos que ser duros na negociação. Mas o sistema hoje não permite que eles digam tudo, e o que dirão é bem razoável. Agora temos que pensar na multa. Pede pro Roberto Leonel o faturamento e o lucro das empresas do grupo nos últimos 5 anos...

 

Carlos Fernando

21:29:50 Vou pedir 2 bilhões de dólares.

 

Deltan

22:10:24 Temos que ter os dados.... E calcular qto pagou de propina... Pra ter parâmetros. Sem prejuízo de pegar tudo que da

 

Carlos Fernando

22:19:56 Se tiver informações, sim. A reunião será na próxima semana.

 

CitaçÕES

Roberto Leonel Auditor que chefiava a área de inteligência da Receita Federal em Curitiba

2 bilhões de dólares O acordo de leniência foi fechado em agosto, e a multa ficou em R$ 700 milhões

 

 

Na reta final das negociações com os executivos, Deltan sugeriu a Carlos Fernando que consultasse o então juiz Sergio Moro antes de definir os benefícios que seriam propostos aos colaboradores. Segundo Deltan, Moro disse que não aceitaria homologar as delações se a pena prevista não incluísse pelo menos um ano de prisão em regime fechado. Os dois procuradores divergiam sobre a estratégia a adotar nas negociações com os colaboradores

 

23.fev.2015

 

Deltan

23:57:09 Eu não estarei aqui na quarta, nem na reunião com o Moro, mas seria bom que houvesse uma conversa sobre os acordos dos três porquinhos. CF, Vc reclamou que me meti, mas podiamos ter problemas com a questão da Valec se o Helio Telho depois não concordasse ou criticasse nosso acordo, sendo ele o proc natural. A título de sugestão, seria bom sondar Moro quanto aos patamares estabelecidos ontem. Pensei sobre o que Vc disse de eles trazerem a CC. Pode acontecer, mas se eles não vão indicar um acionista, pegaríamos eventualmente outros diretores, torcendo para eles indicarem os acionistas. É possível que ocorra, mas temos que pensar em duas coisas: 1) vamos ter braço para tudo isso, ir atrás do diretor logo para que depois venha a CC? Há várias prioridades em andamento. 2) a meu ver, essa estratégia pode sim ser perseguida, mas as prioridades vivem mudando e o acordo deve ser justificável por si só. Colaborações são um flanco para críticas. Caminhamos com a força da opinião pública e não podemos perdê-la. Sei que Vc discorda do item 2, estou só colocando minha opinião. Estarei lá na quinta para sustentar isso; 3) uma crítica que virá é o do número de acordos de colaboração... não concordo com essa crítica se o acordo foi individualmente justificável, e não é minha maior preocupação, mas vi um ou dois de nós mencionarem essa preocupação.

 

24.fev.2015

 

Carlos Fernando

07:26:12 Deltan. Como disse ontem, não somos noviças virgens para ficar tão preocupados com o que vão pensar de nós. As críticas vem sempre, e ultimamente somos mais criticados pelo que não fazemos, como o PGR agora com o Pessoa. A minha crítica, e neste ponto falo pelo Januário, é que o procedimento de delação virou um caos. Creio que se a sua divisão de serviço pressupõe que eu e Januário estamos encarregados dos acordos, eles devem ser tratados por nós. Você é o Promotor natural e pode discordar, e eu sempre ouço todos, mas o que vejo agora é um tipo de barganha onde se quer jogar para a platéia, dobrar demasiado o colaborador, submeter o advogado, sem realmente ir em frente. Não sei fazer negociação como se fosse um turco. Isso até é contrário à boa-fé que entendo um negociador deve ter. E é bom lembrar que bons resultados para os advogados são importantes para que sejam trazidos novos colaboradores. Eu desejo que sejam estabelecidas pautas razoáveis, e que eu e Januário possamos trabalhar com mais liberdade. Os últimos acordos que fizemos foi por exclusiva vontade minha. E não vejo a reclamação generalizada contra eles. Muito pelo contrário. Agora o acordo com o Rafael foi bom para aplacar a insegurança de Brasília. Vamos pensar a longo prazo. Se falta de mãos fosse um argumento, não estaríamos aqui hoje.

 

Deltan

08:29:16 Carlos, eu apoiei todos os acordos que Vc fez. Essa autonomia não está existindo em nenhum setor. Todos estão opinando em AIAs, nas denúncias, no relacionamento com a imprensa, com a PGR, até no uso do meu tempo rs. Quanto mais sensível é o tema, mais todos querem contribuir para que o resultado seja melhor. O que acho que faltou no caso dos acordos, na minha opinião, foi conversarmos antes e pensarmos na estratégia. Reconheço que falhei em não organizar reuniões de coordenação. Devem existir mesmo. Como todos são Barbados e experientes, e não queria ficar me metendo, estava deixando rolar e que cada um marcasse reunião Qdo queria. Mas vejo agora que não é o ideal, e que tenho que estar mais perto de todos. Mas até isso não é unânime rs. Os acordos são sensíveis por diversas razões. Uma é opinião pública e precisamos dela meu amigo. Outra é o fato de que nossa e minha reputação estão ligados ao caso. Estamos numa era tecnológica e como promotores não ganhamos mas dependemos de nossas reputações. Isso me leva a ser mais conservador do que arrojado, mas te entendo também. Enfim, acho que devemos conversar mais e vamos fazer isso para trabalharmos como um time mais entrosado.

 

Carlos Fernando

09:37:52 Vou discordar de muitas das suas premissas, mas não aqui. Quero essa reunião com a presença de Januário e Orlando, ao menos.

 

25.fev.2015

 

Deltan

01:53:47 Carlos Vc quer fazer os acordos da Camargo mesmo com pena de que o Moro discorde? Acho perigoso pro relacionamento fazer sem ir FALAR com ele, o que não significa que seguiremos. Podemos até fazer fora do que ele colocou (quer que todos tenham pena de prisão de um ano), mas tem que falar com ele sob pena de ele dizer que ignoramos o que ele disse. Vc pode até dizer que ouve e considera , mas conveniência é nossa e ele fica à vontade pra não homologar, se quiser chegar a esse ponto. Minha sugestão é apenas falar.

 

Citações

Helio Telho Procurador que investigava a corrupção na construção de ferrovias da estatal Valec, em Goiás

CC Camargo Corrêa

PGR Procuradoria-Geral da República

Pessoa O dono da UTC, Ricardo Pessoa, que fechou acordo com a PGR em maio

Januário O procurador Januário Paludo

Rafael Rafael Angulo Lopez, funcionário do doleiro Alberto Youssef que fechou acordo em dezembro de 2014

AIAs Ações de improbidade administrativa movidas no início da Lava Jato para buscar reparação de danos causados pela corrupção

Orlando O procurador Orlando Martello

 

 

 

Meses depois de concluídas as negociações com a Camargo Corrêa e seus executivos, os procuradores da força-tarefa de Curitiba tratavam com naturalidade da interferência de Moro ao discutir o assunto com colegas de Brasília num grupo de mensagens do qual participavam no Telegram.

 

26.ago.2015

 

Douglas Fischer

11:35:24 Galera. O paulo disse ontem en passant aqui em Bsb que teria havia dois casos em que o Moro não aceitou proposta de acordos por falta de originalidade nas provas apresentadas. Vocês tem estas decisões dele ? Obrigado

 

Paulo Roberto Galvão

19:59:58 Douglas, o Moro tem reclamado bastante, mas ao final sempre concorda com a nossa proposta. No caso do Dalton Avancini, ele inclusive consignou a discordância (acho que em ata de audiência) e deu cinco dias para justificar, mas depois aceitou. Mais recentemente ele também implicou com o acordo do Musa, mas não sei se constou por escrito (Diogo sabe?)

 

Orlando Martello

20:02:52 Januario estão reforçando os depoimentos para superar a questão, mas ainda não foi homologado o do Musa.

 

Citações

Dalton Avancini Um dos executivos da Camargo Corrêa que fechou acordo de delação premiada em fevereiro

“cinco dias para justificar” Moro deu 45 dias para que Avancini apresentasse novos depoimentos

Musa O ex-gerente da Petrobras Eduardo Costa Vaz Musa, que fechou acordo em setembro

Diogo O procurador Diogo Castor de Mattos

 

 

 

Em fevereiro de 2016, Deltan procurou Moro para discutir o caso de outro executivo da Camargo Corrêa, João Ricardo Auler, que estava fechando acordo de delação premiada. Era preciso decidir em que instância ele seria homologado, com Moro ou o juiz João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

 

5.fev.2016

 

Deltan

23:36:36 Caro: Gebran e colegas da regional entenderam que não seria o caso de homologar o acordo do Auler lá, por não haver pessoas indicadas que tenham prerrogativa de foro. Ainda que discordando tecnicamente, vejo vantagens pragmáticas de homologar por aqui, mas não quisemos avançar sem sua concordância quanto à análise dessa questão por aqui... Podemos prosseguir? Se preferir, vou à JF conversar pessoalmente

 

6.fev.2016

 

Sergio Moro

01:20:08 Para mim tanto faz aonde. Mas quai foram as condicoes e ganhos?

 

Deltan

08:06:36 Ok. Não sei, quem fez, creio, foi CF. Vou checar e eu ou alguém informa

 

Citações

JF Justiça Federal, onde Moro atuava

CF O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima

 

 

A transcrição das mensagens manteve a grafia original dos arquivos obtidos pelo The Intercept Brasil

Folha