Luzes, câmeras,

delação

Vídeos obtidos pela Folha mostram parte dos relatos do lobista Fernando Baiano, do empreiteiro Ricardo Pessoa e do operador Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará. Os relatos implicam políticos do governo e da oposição

CUNHA E OS NAVIOS-SONDA

O lobista Fernando Baiano, preso pela Operação Lava Jato sob acusação de pagar propinas a diretores da Petrobras e políticos, fez um acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República). Ele negociou propinas em contratos de R$ 8,5 bilhões relativos a quatro navios-sonda. Baiano afirma ter repassado propina ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Eduardo Cunha negou diversas vezes recebimento de propina relativa à Petrobras.

 

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BUMLAI E O EMPRÉSTIMO

EDINHO SILVA E AS DOAÇÕES

Baiano esclarece o episódio em que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pegou um empréstimo de R$ 2 milhões com o delator —o empresário admitiu a transação em depoimento. Segundo o lobista, o dinheiro foi usado para pagar outro empréstimo, com o banco Schahin, contraído pelo PT em São Paulo.

Dono da empreiteira UTC, o delator Ricardo Pessoa relata pedidos de doação eleitoral feitos pelo ministro Edinho Silva (Comunicação Social). O petista foi tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014. Segundo Pessoa, o ministro teria dito: "O senhor tem obras no governo e na Petrobras. Quer continuar tendo? Tem que contribuir mais". À Polícia Federal, Edinho negou que tenha pressionado a UTC a fazer doações. Em nota divulgada na época das acusações, o ministro afirmou ter "a tranquilidade de quem agiu dentro da legalidade".

 

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DILMA E PASADENA

Fernando Baiano fala sobre a compra da refinaria da Pasadena pela Petrobras, negócio fechado quando a presidente Dilma Rousseff era ministra-chefe da Casa Civil (governo Lula) e presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Em 2014, Dilma falou que o conselho aprovou a compra com base em um "parecer falho" —documento que havia sido feito pelo então diretor da área Internacional, Nestor Cerveró, preso e delator na Lava Jato.

 

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AÉCIO E A UTC

O delator Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, trabalhava como entregador de dinheiro para o doleiro Alberto Youssef —que fechou delação com o Ministério Público em 2014. Ceará afirma que ouviu de um diretor da UTC que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) era "o mais chato" para cobrar dinheiro. A assessoria de Aécio respondeu, em dezembro, que considerava "absurda e irresponsável" a citação ao senador sem comprovação. A UTC negou ter entregue valores ao senador tucano.

 

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